Não raro, a palavra empreendedorismo é associada à pessoa que empreende, isto é, que idealiza, planeja e realiza projetos. O empreendedorismo teria, então, assim, uma conotação geral que serve para falar de pessoas decididas, dinâmicas e criativas, que trazem para si a responsabilidade de realizar e transformar a própria realidade.
No entanto, no Brasil, o “mundo dos negócios” apresenta um cenário desigual quanto aos empreendimentos liderados por homens e mulheres, pois estas, além de serem minoria, ganham menos que os empresários e ainda enfrentam maiores dificuldades de acesso a crédito e linhas de financiamento. Nessa perspectiva, incentivar o empreendedorismo feminino é fundamental para que as mulheres possam ter sustentabilidade no mercado e, sobretudo, ser independentes e protagonistas de suas vidas.
Empreender é a capacidade que uma pessoa possui de identificar problemas e oportunidades, e, com base neles, propor soluções inovadoras, podendo ser, por exemplo, um negócio, um projeto ou uma ação social. Assim, o empreendedor é aquele que possui a capacidade de idealizar, coordenar e realizar um projeto. Por outro lado, o empreendedorismo não está apenas naquilo que é novo, mas também na transformação do que já existe. Nessa perspectiva, muitas pessoas vêm na ação de empreender a oportunidade de se inserir no mercado de trabalho.
Vale salientar que, apesar de os termos “empreender” e “empreendedorismo” serem bastante conhecidos na atualidade, datam dos séculos XVII e XVIII, quando eram utilizados para designar indivíduos ousados e audaciosos que estimulavam o progresso econômico através de atitudes pioneiras.
A partir da década de 1950, esses termos foram associados também ao perfil de pessoas que recriam e aperfeiçoam ou até mesmo revolucionam o processo de produção capitalista, seja por meio de novas tecnologias ou ainda de antigas tecnologias que culminem em inovações.
Outro ponto importante é que, historicamente, o mundo dos negócios e o papel de empreender sempre estiveram associados à figura masculina. O fato é que, ao longo da história da humanidade, homens e mulheres desempenharam papéis nitidamente distintos: ao homem cabe o lugar de liderança; à mulher, de submissão.
Associada à fragilidade, a figura feminina foi sempre colocada como inferior em relação à masculina, em um lugar de passividade e submissão. E nada é tão eficiente para se subjugar alguém como torná-lo dependente financeiramente.
No entanto, com o passar dos anos, dos séculos, à medida que as civilizações caminhavam ruma à modernidade, com o desenvolvimento econômico, o nascimento do capitalismo e o avanço científico, surge a necessidade de trabalhos mais intelectualizados e criam-se, assim, novas oportunidades para a inserção feminina nos mais diferentes ramos de atividade.
Nesse sentido, dois episódios importantes marcaram a permanência feminina no mercado de trabalho: a 1ª e a 2ª Guerra Mundial, ocorridas entre os anos de 1914-1918 e 1939-1945. O elevado número de homens que se ausentaram nesses períodos, tanto em função do serviço militar quanto por falecimento, tornou inevitável a contratação de mulheres para desempenhar funções, até então, exclusivamente masculinas. Ao ganharem mais espaço, as mulheres passaram a se unir em defesa dos seus direitos e principalmente na luta constante pela igualdade entre os gêneros.
Assim, nesse cenário, o empreendedorismo feminino surge, então, não apenas como retorno econômico, mas como conquista da independência financeira, que leva ao sentimento de satisfação pessoal, à elevação da autoestima e, claro, à ressignificação do lugar da mulher na sociedade.
Professor(a), a seguir, preparamos uma sequência didática sobre o tema Empreendedorismo Feminino, para que você possa desenvolvê-lo, com seus alunos, na sua escola. Aproveite!
ETAPAS DE ENSINO
Médio (1ª, 2ª e 3ª ano)
DURAÇÃO: 4 a 6 aulas
OBJETIVOS
• Compreender a importância do empreendedorismo feminino na sociedade contemporânea;
• Estudar o conceito de empreendedorismo numa perspectiva social e diversificada;
• Conhecer as principais características do perfil empreendedor;
CONTEÚDOS DESCRITOS
• Empreendedorismo
COMPONENTES CURRICULARES
• História: realizar um estudo crítico do papel da mulher no mundo do trabalho ao longo da história.
• Língua Portuguesa: realizar uma reportagem com mulheres empreendedoras da comunidade.
• Geografia: fazer um levantamento dos dados relacionados ao empreendedorismo feminino no Brasil.
• Língua Estrangeira: pesquisar a origem do cartaz, símbolo do feminismo, conhecido como We Can Do It, relacionando-o ao empreendedorismo feminino.
MATERIAIS NECESSÁRIOS
TV e ou computador e projetor (data show) para exibição de obra cinematográfica.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para desenvolver o tema geral Empreendedorismo feminino sugerimosa realização dos seguintes procedimentos metodológicos:
• Iniciar a discussão com um questionamento à turma: O que empreendedorismo?
• Ouvir as respostas da turma e anotar no quadro;
• Em seguida, realizar uma leitura coletiva do texto motivador;
• Assistir com os alunos ou solicitar que eles assistam em casa o filme O Sorriso de Monalisa (2003);
• Em seguida, proponha uma pesquisa em grupo sobre o lugar da mulher no mundo do trabalho ao longo da história, relacionando-a com o filme.
• Por fim, cada grupo deve compartilhar com a turma fatos interessantes da pesquisa e opiniões sobre o filme, gerando assim um debate sobre a temática.
Sugestões de vídeo
Canal Futura
Canal Faz de Propósito
Sugestões de leitura
Artigo sobre a história do empreendedorismo feminino:
Empreendedorismo feminino: Do surgimento à ascensão.
Artigo do SEBRAE que discute o conceito de empreendedorismo:
Mas afinal, o que é empreendedorismo?