De acordo com o filósofo Michel Foucault, a sexualidade humana sempre foi rodeada de mitos tabus, até que o discurso científico evocou uma verdade sobre o sexo queo colocou finalmente em discussão, ao mesmo tempo em que o objetificou e o colocou em uma redoma de padrões. Hoje, no entanto, após manifestações de luta e resistência pela liberdade sexual, podemos falar mais abertamente sobre esse tema em toda sua diversidade.
A sexualidade humana pode ser compreendida como um conjunto de práticas e comportamentos erótico-sexuais que envolvem as pessoas, seja por desejo ou atração, seja por amor ou paixão. Apesar de parecer uma definição simples, a sexualidade é uma necessidade vital bastante complexa que pode se manifestar de diversas formas. E é essa diversidade que tem levantado discussões acerca das diferenças entre Sexo Biológico, Identidade de Gênero e Orientação Sexual.
Diz respeito às características biológicas do indivíduo ao nascer (cromossomos, genitália, composição hormonal etc.). Tais características determinam os sexos macho e fêmea, que são mais comuns. Vale salientar que, existem certos indivíduos identificados como intersex, pois nascem com características físicas e hormonais que não correspondem a um sexo em específico.
Refere-se ao modo como o indivíduo se identifica e se mostra para o outro, o que está atrelado a uma questão muito mais cultural, em relação aos papéis definidos para os sexos (macho e fêmea), do que em relação à sexualidade. A identidade de gênero inclui o modo de ser do indivíduo, que pode se aproximar do masculino, do feminino, de ambos ou até mesmo de nenhum. Quando há a discordância desta identificação com o fenótipo físico, tem-se os casos de Distúrbio de Identidade de Gênero.
Trata-se da direção ou inclinação do desejo afetivo e erótico do indivíduo em relação às outras pessoas. É importante ressaltar que essa orientação se dá a partir do gênero representado pelo outro, o que independe do modo como o indivíduo se identifica.
Nesse campo temos as seguintes orientações:
A despeito de todas essas formas de orientar-se sexualmente, podemos responder, sem hesitação, a pergunta que dá título a este breve artigo: a orientação sexual é uma condição, pois diz respeito a uma tendência natural do indivíduo e não a uma escolha consciente. Alguns especialistas defendem uma separação entre sexo biológico, determinado pela fisiologia, e sexo psicológico, determinado pelos impulsos e desejos do indivíduo. Acredita-se que cada ser humano nasce com uma predisposição genética para esta ou aquela preferência sexual, sobre a qual se somam elementos educacionais, sociais e psicológicos.
Portanto, ao tratarmos de sexualidade, esse aspecto tão fundamental e presente em nossas vidas, é preciso considerar a diversidade de vivências que a envolvem e que dizem respeito à condição de existência de cada um. Todo ser humano tem sua maneira particular de sentir e se relacionar, e independente de qual seja, é preciso respeitar.
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