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Gestão financeira em tempos de crise: Como a Matemática Financeira pode ajudar?

Gestão financeira em tempos de crise: Como a Matemática Financeira pode ajudar?

           A pandemia da Covid-19 se tornou uma ameaça não apenas à saúde física das pessoas, mas também à saúde emocional e financeira. As medidas de contenção da doença, dentre elas o isolamento social, apesar de necessárias, acabaram afetando a economia de um modo geral, provocando uma crise no mundo todo. O equilíbrio entre “se cuidar e continuar trabalhando” é um verdadeiro desafio para empresários, trabalhadores assalariados, autônomos e empreendedores.

           A taxa de desemprego no Brasil subiu consideravelmente, registrando um aumento de 12,6%no mês de abril deste ano, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diante desse cenário, parece impossível para algumas pessoas garantir estabilidade financeira. Mas a boa notíciaé que hoje, mais do que nunca, a Matemática Financeira – ramo da Matemática responsável pelo estudo do comportamento do dinheiro no decorrer do tempo – tem ganhado popularidade e se mostrado cada vez mais eficaz na resolução de problemas do cotidiano.

           Enquanto área aplicada da Matemática, a Matemática Financeira estuda diversas operações ligadas ao dia a dia das pessoas, como,por exemplo, aplicações financeiras, empréstimos, renegociação de dívidas, ou mesmo, tarefas mais simples, como calcular o valor de desconto em determinado produto.Dentro dessas operações, atuam alguns conceitos importantes, como: investimento, lucro, juros, inflação, capital, patrimônio, valor presente, valor futuro, taxa de retorno etc. Mas calma, não é preciso saber todos eles para começar a aplicar esses conhecimentos no dia a dia. É possível começar com algo mais simples e até mesmo elementar quando tratamos de gestão financeira,que é o planejamento.

           Pensar e planejar o orçamento é essencial para se ter mais controle sobre as finanças, seja para uma empresa ou para fins pessoais. Para tal, é preciso adotar algumas práticas:

1. Monitorar todos os gastos;

2. Provisionar todos os gastos de mês, lembrando-se das prioridades;

3. Comparar os gastos do mês com os gastos previstos;

4. Mudar o comportamento de consumo, ajustando o que você gasta ao que você ganha.

            Ao incluir esses passos no planejamento, é possível entender e diferenciar três conceitos importantes que podem ajudar no equilíbrio das contas, isto é, as noções de gasto, despesa e custo. O gasto está relacionado ao fim de adquirir algum tipo de produto ou serviço, sem aguardar nenhuma espécie de retorno financeiro, como a compra de roupas, comida, eletrodomésticos etc. As despesas, por outro lado, dizem respeito aos “gastos mensais” que já fazem parte do orçamento, como aluguel, contas de água e energia, escola, transporte etc. Por fim, temos o custo, que diz respeito ao gasto para um fim específico que pode ou não trazer benefícios financeiros, por exemplo, a matrícula em curso de idiomas ou especialização a fim de se obter uma promoção no trabalho.

            Sobre esse último, cabe aqui uma reflexão importante: muitas vezes, não mesuramos os gastos, mas pesamos demasiadamente nos custos. Economizar em tempos de crise é importante, mas investir também é preciso. O mercado de trabalho está cada vez mais especializado e exigente, por isso, este pode ser o momento ideal para se investir em educação e formação, especialmente para as pessoas que precisam se inserir ou se recolocar no mercado de trabalho. Há opções infinitas de cursos on-line que podem ser um diferencial no currículo, e muitos deles são gratuitos (veja este artigo para saber mais: https://www.futura.org.br/11-cursos-gratuitos-para-se-especializar-durante-a-quarentena/).

A importância do ensino de Matemática Financeira na escola

           Como diz aquele velho ditado, “é de pequenino que se torce o pepino”, neste caso, quanto antes aprendermos Matemática Financeira, melhor.  Os conceitos e conteúdo desse ramo da matemática fazem parte do currículo escolar e estão presentes nas etapas do ensino fundamental e médio. No entanto, nem sempre esses conteúdos são abordados de modo a extrair o máximo que a Matemática financeira pode oferecer. A Base Nacional Comum Curricular sempre reforça a função prática dos conhecimentos matemáticos na resolução de situações-problema do cotidiano, que podem ser imaginárias ou reais.

           Desse modo, para você, professor de matemática, que deseja educar financeiramente seus alunos,é sempre importante que a Matemática Financeira seja aplicada a situações do cotidiano. Por isso, é válido dar ênfase aos estudos dos cálculos percentuais (porcentagem), pois as operações financeiras dependem sempre das taxas de juros.Comece com conceitos simples, em especial para os alunos que ainda estão no ensino fundamental, como juros simples e composto, por exemplo. O uso de tabelas pode ajudá-lo nessa tarefa.

           Você também pode promover um projeto educativo, no qual os alunos precisem investir para obter determinado resultado. Pense na venda de brigadeiros, por exemplo, para pagar a festa de formatura. Qual será o custo de produção? Quanto cada aluno deve investir? Quantos brigadeiros devem ser vendidos para que o objetivo seja alcançado?

           Já com os estudantes do ensino médio, por outro lado, você pode discutir conceitos mais complexos, relacionados a investimentos, por exemplo. Na realidade, esse tema é bastante atual, pois tem se mostrado uma alternativa relevante para aqueles que buscam maior rentabilidade.Mostre o papel dos bancos, sua finalidade, quem pode utilizar os produtos e o que eles oferecem; qual o papel do Banco Central; a diferença entre conta corrente e conta poupança; as vantagens e desvantagens de um empréstimo; como são calculados os juros nas aplicações de renda fixa; como são cobrados os juros no financiamento de móveis e imóveis etc.As Bolsas de Valores também podem ser abordadas, pois constituem um mercado aberto onde se negociam ações de empresas públicas ou privadas.

           Lembre-se de que os estudantes do ensino médio estão prestes a ingressar na universidade e muitos deles já estão ou ingressaram muito em breve no mundo trabalho, e certamente precisarão de métodos matemáticos para administrar a vida financeira. Além disso, adquirindo esses conhecimentos, os estudantes podem influenciar positivamente seus familiares, que, muitas vezes, não tiveram acesso à educação financeira. Nesse sentido, a Matemática Financeira, ainda que partindo do ambiente escolar, pode ajudar famílias a enfrentar a crise econômica oriunda da pandemia.

Dicas de vídeos

5 Caminhos possíveis pra quem perdeu o emprego na pandemia! (Não é receita mágica!)

https://www.youtube.com/watch?v=ucGORMF-Aro

Receita do sucesso financeiro! O passo a passo completo pra sobrar dinheiro!

3 investimentos seguros para iniciantes (comece com pouco dinheiro)

Dayane Oliveira

Mestre em Linguística pela UFPB, graduada em Letras pela UFCG, é editora assistente da MVC Editora. Acredita no poder transformador da educação para a construção de um futuro cada vez melhor.