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A importância das metodologias ativas para a aprendizagem

A importância das metodologias ativas para a aprendizagem

            A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) propõe a aprendizagem baseada em competências, buscando uma educação que afirme valores e estimule ações que contribuam com a transformação da sociedade. Para desenvolver as competências, as metodologias ativas têm um papel importante, visto que estimulam a autonomia e a participação ativa do estudante na construção do conhecimento.

            Muitos estudos buscaram avaliar qual é o melhor meio para aprender. Dentre eles, destaca-se a teoria do psiquiatra americano William Glasser, que, de maneira geral, indica que para cada procedimento utilizado – ler, ouvir, ver, ver e ouvir, debater, fazer/praticar, ensinar aos outros – há diferentes níveis de aprendizagem.A pirâmide de aprendizagem ilustra esses níveis.

Pirâmide de aprendizagem de William Glasser.

            O teórico defende ainda que não é interessante ensinar apenas por meio da memorização, pois os estudantes esquecem os conceitos ao término da aula. Dessa maneira, a teoria de Glasser defende que a aprendizagem ativa (fazer/praticar -80%; ensinar aos outros 95%) são as formas que os estudantes mais aprendem, enquanto as formas passivas dificultam a aprendizagem. Levando isso em consideração, pode-se afirmar que a escola que adota métodos ativos aumentam a aprendizagem dos estudantes em até 95%.

            As metodologias ativas vão de encontro ao modelo tradicional de ensino, pois propõem uma mudança no papel do professor e do estudante. O primeiro, de detentor de todo conhecimento, passa a assumir um papel de coadjuvante, mediador ou facilitador do processo de ensino e aprendizagem. O segundo, de receptor de conhecimento, assume um papel participativo: apresentando, investigando, decidindo, liderando.

            Utilizar metodologias ativas traz muitos benefícios para o estudante: desenvolvimento da autonomia da confiança e da criticidade; maior engajamento e motivação na aprendizagem; ampliação da habilidade de resolver problemas; maior protagonismo do aprendizado; no mundo do trabalho, possibilita uma maior qualificação para a profissão. Porém, é importante salientar que aplicá-las pode trazer, de início, alguns desafios, como a difícil aceitação do estudante e do próprio professor que estão familiarizados com o modelo tradicional, visto que ambos realizarão um maior esforço na participação das atividades e planejamento, respectivamente.

            Tendo isso em vista, considera-se que o ambiente educacional, para cumprir o objetivo de promover o aprendizado e desenvolver as competências necessárias para atuar no século XXI, precisa ir além do conhecimento teórico-prático e incluir em sua rotina práticas de ensino inovadoras. Várias abordagens podem ser utilizadas na sala de aula, isoladamente ou em conjunto, para promover situações em que o estudante participe ativamente do processo de aprendizagem. A seguir, são apresentadas as principais metodologias ativas.

Aprendizagem baseada em problemas

            A Aprendizagem baseada em problemas (do inglês, ProblemBased Learning – PBL) tem o objetivo de contribuir com a construção dos saberes de forma colaborativa por meio da motivação e solução de conflitos. Esse modelo pedagógico inclui atividades planejadas que permitem que os estudantes desenvolvam habilidades relacionadas à interação social, liderança, resolução de casos práticos, comunicação, trabalho em grupo e colaboração. O conhecimento é evidenciado na análise e resolução de problemas, em que o estudante utiliza suas vivências pessoais para criar, explorar e testar hipóteses.

            Essa metodologia funciona melhor em grupos para haver uma aprendizagem colaborativa, partindo de um problema proposto pelo professor, identificação, pelos estudantes, do que precisam saber e aplicação do conhecimento para a resolução do problema. No percurso, o professor não transmite conhecimento, mas sim media a aprendizagem.Com isso, valoriza-se a capacidade de aprender e aplicar conhecimentos na solução de problemas concretos.

            Veja mais em “Aprendizagem Baseada em Problema – ABP – 7 Passos” (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5cMrFRpXfnc).

Aprendizagem baseada em projetos

            A Aprendizagem Baseada em Projetos (do inglês, Project Based Learning – PBL) indica que os estudantes trabalhem de forma colaborativa, partindo de um problema ou pergunta motivadora. No planejamento dessa estratégia, há uma projeção em mente, tendo como foco as etapas no processo do projeto para, ao final, apresentar a criação de um produto, que pode ser uma apresentação oral, um pôster, um vídeo, entre outros. Assim, estimula-se que o estudante não apenas “saiba”, mas também que “faça”.

            O produto final é fruto da aplicação de habilidades de pensamento menos complexas (lembrar, entender) e habilidades de pensamento mais complexas (avaliar, analisar, criar). Os objetivos de aprendizagem devem ser claros para professor e estudante e, de maneira semelhante, a avaliação deve ser realizada por ambos, considerando-se o processo e o produto final.

            Veja um exemplo de aplicação da Aprendizagem Baseada em Projetos no ensino de línguas em http://myhubjundiai.com.br/ingles/jundiai/postagens/pbl-no-my-hub-project-based-learning-aprendizagem-baseada-em-projetos/.

Ensino Híbrido

            O Ensino Híbrido (Blended Learning) apresenta a proposta de integrar características do ensino presencial e a distância, aliando o uso das tecnologias digitais ao ensino, para que o estudante aprenda na escola e também por meio do ensino on-line, o que possibilita a otimização do tempo e do ritmo de aprendizagem. Essa abordagem também permite que o professor obtenha informações individualizadas sobre o desempenho dos estudantes, principalmente por meio dos relatórios de atividades.

            O ensino híbrido também oferece uma melhor personalização do ensino, pois o uso de diferentes ferramentas educacionais digitais e/ou impressas atinge e valoriza, de maneira mais significativa, os diferentes estilos de aprendizagem dos estudantes; modifica o papel da avaliação; fornece o uso eficiente de dados. O maior desafio da aplicação dessa abordagem ainda é a falta de infraestrutura, ou seja, tecnologia na maioria das redes de ensino.

            Obtenha mais informações no canal do YouTube Ensino Híbrido (disponível em: https://www.youtube.com/channel/UC9cUj3vEf2hWkV3-NTn9wtw/videos).

Sala de aula invertida

            No ensino tradicional, o professor, por meio de aulas expositivas, explica o conteúdo durante a maior parte do tempo da aula, restando pouco tempo para o estudante realizar as atividades e esclarecer dúvidas. A sala de aula invertida (do inglês, flippedclassroom) há uma inversão dessa sequência, pois o professor indica materiais para leitura e análise de um determinado tema em um momento anterior a aula, no intuito de o estudante desenvolver conhecimentos prévios e internalizar conceitos sobre o conteúdo a ser abordado.

            Assim, com a inversão da aula, há uma otimização do tempo, com um maior período para debates, engajamento e atendimento individual, personalizando o ensino e a aprendizagem. As tecnologias surgem como aliadas nessa abordagem, pois o professor pode compartilhar diversos recursos com vídeos, podcasts, jogos, e-books, entre outros, para que o estudante acesse, em seu próprio ritmo, fora de sala de aula. O professor também pode encaminhar atividades para que dificuldades sejam identificadas. Porém, se não houver a possibilidade do uso das tecnologias digitais, o professor pode indicar a leitura de textos impressos.

            É interessante salientar que a sala de aula invertida pode ser aliada a outras metodologias ativas, pois, ao inverter a aula, o professor pode aplicar atividades que priorizem a interação e a dinâmica em classe, como a resolução de problemas e a execução de projetos.

            Veja mais informações sobre como aplicar a sala de aula invertida mesmo sem a disponibilidade de ferramentas digitais no vídeo “Sala de aula invertida – Como aplicar (FlippedClassroom)” (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UU677-m1GN4).

            Em suma, o uso das metodologias ativas no âmbito escolar é um forte aliado na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, por meio do conceito de rede conectada de saberes que promove o desenvolvimento de todos. Causa impactos na formação integral do indivíduo, devido às atividades influenciarem o diálogo, a reflexão e a criticidade, desenvolvendo competências que são essenciais para a sociedade contemporânea – a sociedade do conhecimento – que está imersa em tecnologias de informação e comunicação.

SAIBA MAIS

E-book – Metodologia ativa na educação (disponível em: https://www.slideshare.net/PimentaCultural/ebook-metodologia-ativa-na-educao)