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Grupo de pesquisa da Universidade Federal do Paraná analisa as valiosas contribuições da obra No Borders: English for Brazilian Students para o ensino 

Grupo de pesquisa da Universidade Federal do Paraná analisa as valiosas contribuições da obra No Borders: English for Brazilian Students para o ensino 

Recentemente, a obra No Borders: English for Brazilian Students, produzida pela MVC Editora, aprovada no PNLD 2026 para o Ensino Médio e que chegará às escolas no próximo ano, já tem sido objeto de estudo para pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O Grupo de Pesquisa em Educação Linguística (GPELIN) da UFPR, que desenvolve estudos e pesquisas em diversas vertentes da Linguística Aplicada, com foco na  formação inicial e continuada de professores(as), nas práticas pedagógicas em diferentes espaços educacionais e na formação de/em diversas línguas/linguagens, há pouco tempo teve como ponto central de suas discussões a obra No Borders.

Na reunião, realizada com seus integrantes, o grupo contou com a apresentação de Vera Rauta e Valdomiro Arantes, que também fazem parte do GPELIN e atuaram como criadores de conteúdo no processo de reestruturação da obra. Os pesquisadores-consultores compartilharam o processo de organização do material, abordando objetivos, público-alvo, recursos digitais e os detalhes que tornam o livro uma ferramenta formativa para professores.

Sobre a obra  

A obra No Borders: English for Brazilian Students foi desenvolvida para proporcionar aos estudantes e professores um importante apoio no processo de ensino e aprendizagem de língua inglesa, visando a uma efetiva educação linguística.

Partindo de concepções teóricas que entendem a aprendizagem como um processo de construção que requer o envolvimento cognitivo e afetivo de estudantes e professores, a obra busca abordar o ensino de língua inglesa de forma contextualizada, interdisciplinar e multimodal para desenvolver a autonomia, a reflexão e a criticidade dos alunos.

A ciência lado a lado do ensino

O livro didático tem um papel essencial no processo de ensino e aprendizagem, tornando-se imprescindível que sua análise seja cuidadosa para assegurar que a obra não apenas siga as diretrizes curriculares estabelecidas, mas também tenha consistência quanto aos propósitos pedagógicos e dialogue com premissas e metodologias atuais de ensino e aprendizado. 

Acreditamos que os materiais que passam pelo olhar crítico e técnico de pesquisadores e especialistas são um progresso para a educação e reafirmam seu compromisso e responsabilidade com o trabalho do professor e a formação cidadã dos estudantes.

É nesse ponto que a obra No Borders se destaca novamente, pois, ao ser objeto de estudo de pesquisas e fruto de um intenso trabalho editorial e pedagógico, esse material revela sua qualidade e demonstra seu empenho em proporcionar práticas pedagógicas que tenham um impacto positivo e significativo no ensino e no desenvolvimento dos estudantes. 

Além disso, ao dispor da validação de especialistas em educação linguística e estar no núcleo de discussões científicas, a obra, de certo modo, contribui para o fortalecimento de um dos tripés educacionais – ensino, pesquisa e extensão –, configurando-se também como um produto desses elementos, com foco em uma educação verdadeiramente transformadora.

Entrevista com a consultora: um pouco sobre os bastidores da obra

Vera Rauta responde às perguntas desta entrevista, destacando o trabalho realizado em coautoria com Valdomiro Arantes na produção dos conteúdos da obra No Borders: English for Brazilian Students, aprovada no PNLD 2026.

1. Quais perspectivas da sua prática enquanto docente e pesquisadora mais te auxiliaram durante a reelaboração desse material didático? Como foi conciliar teoria e prática nesse processo?

A experiência em sala de aula que eu (Vera) e Valdomiro Arantes (coautor) tivemos nos mostrou que os estudantes aprendem de forma mais significativa quando a língua inglesa é apresentada em diálogo com sua realidade social, cultural e histórica. Essa prática encontrou sustentação em uma perspectiva sociointeracionista e em uma abordagem intercultural da Educação Linguística, que reconhece a pluralidade de vozes, identidades e contextos juvenis.

Conciliar teoria e prática significou transformar princípios acadêmicos – como interdisciplinaridade, multimodalidade e interculturalidade – em propostas concretas de atividades, textos e orientações para o professor. A interculturalidade, em especial, permitiu articular teoria e prática de forma a valorizar tanto as culturas locais quanto os olhares globais, mostrando aos estudantes que aprender inglês é, também, compreender o outro e se reconhecer no mundo.

2. Quais aspectos você considera mais formativos no material?

Há elementos centrais que tornam a obra não apenas um manual de ensino de inglês, mas uma ferramenta formativa que amplia horizontes, fortalece identidades e prepara os jovens para atuarem no mundo de forma crítica, ética e engajada – o que foi decisivo para sua aprovação no PNLD 2026. Alguns deles são:

  • Interdisciplinaridade: o livro promove conexões com História, Geografia, Artes e Ciências, trazendo temas como alimentação saudável, multiculturalismo, povos indígenas, mudanças climáticas e direitos humanos;
  • Educação crítica e intercultural: as atividades incentivam os estudantes a refletirem sobre fake news, desigualdades sociais, diversidade cultural e identidades, colocando-os em contato com múltiplas perspectivas e culturas juvenis;
  • Multimodalidade e cultura digital acessível: o material integra textos variados (infográficos, músicas, quadrinhos, podcasts, campanhas da ONU etc.) e recursos digitais. Porém, sabendo que nem sempre há acesso à internet de qualidade ou permissão para uso do celular em sala de aula, a obra oferece alternativas analógicas (transcrições, materiais impressos e propostas colaborativas) para garantir equidade de participação;
  • Autonomia do estudante: ao dialogar com interesses reais da juventude e propor atividades abertas, o material estimula a tomada de posição, a reflexão crítica e a construção de autoria;
  • Projeto de vida do estudante: a obra contribui para que o jovem pense sobre seus sonhos, escolhas e caminhos, relacionando o aprendizado da língua inglesa às suas perspectivas de futuro acadêmico, profissional e pessoal.

3. Qual aspecto foi mais desafiador ao construir esse material didático, considerando-se os contextos atuais dinâmicos e plurais de ensino?

O maior desafio foi equilibrar diversidade, rigor acadêmico e acessibilidade pedagógica em um contexto educacional tão plural quanto o brasileiro. Trabalhar com temas complexos – como decolonialidade, direitos humanos, igualdade de gênero e inteligência artificial – exigiu cuidado para garantir assertividade conceitual, sensibilidade ética e uma abordagem intercultural que respeitasse as múltiplas identidades e culturas juvenis.

Outro ponto desafiador foi pensar o uso da cultura digital em realidades muito diferentes: enquanto algumas escolas dispõem de acesso à internet e permitem o uso de celulares, outras enfrentam restrições e dificuldades de conexão. Para isso, buscamos elaborar propostas multimodais que também tivessem alternativas analógicas, de modo que o professor pudesse desenvolver as atividades independentemente da infraestrutura tecnológica disponível.

Conciliar esses elementos foi desafiador, mas também essencial para que a obra pudesse, ao mesmo tempo, dialogar com contextos dinâmicos e oferecer condições reais de uso em todo o país.

4. O que os professores podem esperar ao adotar essa obra em sala de aula?

O professor encontrará em No Borders um material:

  • Alinhado à BNCC, com eixos de oralidade, leitura, escrita e conhecimentos linguísticos bem articulados;
  • Com orientações claras e seguras, que sugerem estratégias didáticas, projetos interdisciplinares e possibilidades de adaptação conforme a realidade escolar;
  • Aberto à autoria docente, já que não impõe uma sequência limitada, mas oferece caminhos flexíveis que podem ser ressignificados;
  • Com dimensão intercultural, eixo que integra práticas de linguagem a temas globais, identidades diversas e múltiplas culturas juvenis;
  • Sensível à diversidade de contextos escolares ao oferecer tanto recursos digitais quanto alternativas analógicas, assegurando que as atividades sejam realizadas mesmo em situações com restrições de acesso à internet ou ao uso do celular;
  • Potencialmente transformador, pois conecta o ensino de inglês às grandes questões do mundo contemporâneo, ajudando o professor a formar jovens críticos, engajados e preparados para a vida em sociedade.

Ao adotar a obra, o professor terá à disposição um material que valoriza a mediação docente e respeita e estimula o protagonismo do estudante, reconhecendo sua voz, suas experiências e sua capacidade de transformar a realidade a partir da aprendizagem da língua inglesa. Esse movimento dialoga diretamente com a construção do projeto de vida do estudante, permitindo que o jovem compreenda como o inglês pode ampliar suas oportunidades, fortalecer sua identidade e abrir caminhos para o futuro.

5. Como o conteúdo foi pensado para dialogar com os interesses e vivências dos estudantes?

A obra foi construída a partir de temas contemporâneos próximos à juventude, como saúde e alimentação, cultura digital, hip-hop, streamings, igualdade de gênero, multiculturalismo, povos indígenas, entre outros. Esses temas conectam o aprendizado da língua inglesa ao cotidiano dos estudantes, favorecendo reflexões críticas e discussões significativas.

No eixo da cultura digital, o material propõe atividades que envolvem vídeos, podcasts, redes sociais e aplicativos e dispõe de alternativas analógicas para contemplar escolas em que tais acessos são limitados. 

Aprender inglês com esta obra não é apenas dominar uma língua adicional, mas também ampliar horizontes, dialogar com culturas diversas, refletir sobre identidades e projetar futuros possíveis – elementos fundamentais para a construção do projeto de vida de cada estudante.

Compreendemos que No Borders é mais do que um livro didático: é um convite a professores e estudantes para construírem futuros mais conectados e sem fronteiras!

Quer conhecer mais detalhes de No Borders: English for Brazilian Students? Acesse o site e veja por que essa obra é ideal para o ensino de língua inglesa!